Curtir as motonetas, como Vespas e Lambrettas nos dias de hoje,
após mais de 60 anos que elas surgiram só é possível, porque durante todos
esses anos várias pessoas tão apaixonadas ou mais do que nós, mantiveram viva
essa chama, sem deixa-las cair no esquecimento.
E o post de hoje é uma singela homenagem a
uma dessas pessoas, José Wilson de Souza, ou Zé Periquito!
Aos 18 anos já andava por Campinas, com
sua M3, linda, na cor preta e com laterais vermelhas, curtindo a juventude e
viajando por aí com os amigos.
Então na garagem de sua casa começou a
consertar as máquinas.
Até mesmo uma Lambretta da Bahia (isso
mesmo), passou por suas mãos, afinal quem trabalha bem serviço nunca há de
faltar!
Zé tem bom gosto! Sempre curtiu 2 tempos,
até mesmo os carros, e rodou muito com seus DKW´s!
Nos anos 80, mais precisamente em 86 a
Vespa estava a todo vapor no Brasil novamente, a PX completava 1 ano de
mercado, grande sucesso de vendas. Em Campinas, a Cedros, iniciava suas
atividades como autorizada MOTOVESPA, surgiu então um cliente de Limeira com
problema na sua máquina.
Desmontaram a coitada, e na hora de
montar, ninguém se entendia. O pessoal da autorizada, conversando com um amigo
em comum, o Betão (esse também merece um post futuro), ficou sabendo que um cara
em Campinas que conhece tudo e mais um pouco de Vespas.
Mesmo sem nunca ter desmontado a PX, o Zé
foi lá e quem conhece do riscado não peleja, ele montou a Vespa que logo estava
fumaceando com o cliente satisfeito, a Cedros não tinha outra escolha, está
contratado!
E assim ele consertou diversas Vespas,
virou referência, até que o amigo Betão o convida para montar a
Vespolândia.
Quem teve a oportunidade de conhecer o
local na época nunca vai se esquecer da Vespa pintada na parede "empinando”, da
parceria entre Zé e Betão, ou de ter comprado sua PX zero e realizado seu sonho
ali.
Assim como a Motovespa, a Vespolândia
deixou saudades no início dos anos 90.
Zé continuou consertando por ai! Até
avião! E assim aposentou.
Hoje, com quase 69 anos, nosso amigo curte
sempre uma estrada com a gente. Aconselha e ensina! Puxa fila com a 150
Originale, personalizada F1 Willians, que na sua mão anda igual as PX 200 do
comboio.
Eu que tanto me aperto quando preciso
fazer algo na minha Vespa, sempre acabo com as mãos todas sujas, muitas vezes
até com o nariz preto, e em diversas ocasiões até sem conseguir resolver os
"pepinos", aprendo muitas coisas em cada passeio com ele. Afinal na
faculdade de engenharia mecânica não te ensinam o que vida te apresenta ao
longo de 50 anos na prática.
O mecânico com a mão mais limpa que já
conheci! Puxa a orelha quando nos vê fazendo besteira e sempre disposto a
ajudar quando algo não vai bem!
Obrigado Zé por sempre nos transmitir seus
conhecimentos!
Homem de poucas palavras, mas como aprendi
no exército; "A palavra ensina, o exemplo arrasta!"
Viva a velha guarda!
1960-Campinas-SP-Av.Francisco de Paula Oliveira Nazareth com rua Francisco Alves de Almeida
1960-Pirapora do Bom Jesus-SP
Zé na garupa e Alcides Massucato pilotando.
1986-Campinas-SP
E a foto em Pirapora em 2014, 50 anos depois!
Denys, que emocionante ver esse post sobre meu pai. Sou uma das filhas dele...em uma das fotos acima eu apareço com meu pai e minha irmã. É muito bacana ver o trabalho dele reconhecido...tenho muito orgulho de saber que ele é uma referência e ainda contribui com conselhos e história de vida...coisas que de fato não aprendemos na universidade. Bonito também é ver a paixão de vocês pelas vespas e lambretas. Parabéns pelo post, além da engenharia, escrever parece ser um dom seu. Meu pai também agradece muito. Abraço, Cristiane
ResponderExcluirDenys, que emocionante ver esse post sobre meu pai. Sou uma das filhas dele...em uma das fotos acima eu apareço com meu pai e minha irmã. É muito bacana ver o trabalho dele reconhecido...tenho muito orgulho de saber que ele é uma referência e ainda contribui com conselhos e história de vida...coisas que de fato não aprendemos na universidade. Bonito também é ver a paixão de vocês pelas vespas e lambretas. Parabéns pelo post, além da engenharia, escrever parece ser um dom seu. Meu pai também agradece muito. Abraço, Cristiane
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